VIVEMOS PARA SERVIR
“Quem não vive para servir, não serve Para viver”.
Imagino que ao ler esta frase você certamente ficará em dúvidas quanto à aplicação literal destas palavras.
Talvez você até discorde por entender que seria um absurdo dizer que alguém não serve para viver simplesmente porque não possui o hábito de ajudar o seu semelhante.
Porém, se entendermos a vida como um processo contínuo de desenvolvimento, uma oportunidade de crescimento espiritual e emocional, veremos que a convivência é uma ótima ocasião para exercermos nossas qualidades e, provavelmente, servir é uma delas.
Poder trabalhar em favor de alguém, sem esperar por reconhecimento ou pagamento, pode ser uma dádiva.
Nessa mesma linha de pensamento esbarramos em outra frase memorável: “É melhor servir do que ser servido”, pois quando nos colocamos a serviço do outro nos colocamos à disposição do bem comum.
Enquanto servimos, nós nos mostramos prósperos em bens e sentimentos. Servir ao próximo não é uma atitude ou necessidade atual, desde os primórdios o homem sente necessidade de auxiliar o seu semelhante e de ampará-lo diante das dificuldades. Sabemos que em um mundo cada vez mais individualista onde as pessoas estão preocupadas em resolver seus próprios problemas, praticamente não sobra tempo para olhar para quem está a nossa volta. Temos tantas prioridades que fica difícil perceber as necessidades do outro, mesmo assim é preciso ter sensibilidade e humildade para servir! Servir ao próximo é um dos atos mais nobres existentes na face da terra, independe de status social, religião ou cultura. Porque nem sempre a necessidade é material, muitas vezes ela pode ser suprida através de uma visita a alguém doente, num asilo,
numa creche ou até mesmo doar um pouco do nosso tempo em favor daqueles que estão carentes. É muito comum confundirmos caridade com solidariedade social. Quando falamos em caridade, logo nos vem à mente a doação de bens materiais de uma forma individual ou coletiva. Mas, sermos solidários não é o mesmo que sermos caridosos. A solidariedade é um estímulo, uma maneira maravilhosa de expressão do bem, para tornar o ambiente em que vivemos um local menos desigual, socialmente falando. Já a caridade, vai além… A caridade vem de dentro e, normalmente, é invisível perante os olhos da sociedade.
A solidariedade modifica o ambiente exterior, tornando o mundo um lugar melhor para viver, mas não deve ser confundida com caridade, que é uma modificação do universo interior refletida em singelos gestos cotidianos, que não espera recompensas, nem agradecimentos. Caridade é simplesmente aceitar as pessoas como elas são, é fazer prevalecer a razão quando o instinto falar alto, é carinho (“tocar o mundo do outro com respeito”), é olhar com os olhos da alma, sem interferência do próprio ego. É desde sorrir de uma piada sem graça para dar a graça, até se afastar de quem ama para libertar. Caridade não é doar o que tem, é se doar.
Ser solidário é também doação, em prol de uma sociedade melhor, um mundo melhor.
CL RUI NILTON SORIANI – LC DE BRODOWSKI
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