A MORALIZAÇÃO DOS COSTUMES
Nunca se falou tanto, como nos dias atuais, sobre a necessidade que a sociedade brasileira precisa ter para se engajar em campanhas visando a moralização dos costumes. E essa necessidade tem tudo a ver com aquilo que, diuturnamente, através principalmente dos meios de comunicação, nos mostra um balanço onde o Brasil apresenta lastimável passivo de moralidade em seus diversos segmentos.
A licenciosidade nos meios de comunicação preocupa e deve continuar preocupando nossa família leonística.
Deveria o Lions, como clube de serviço, que tem como um dos seus propósitos interessar-se ativamente pelo bem-estar social e moral da comunidade, participar de campanhas dessa natureza e dar sua contribuição para a moralidade dos costumes? Claro e evidentemente que sim!
E isso já vem sendo tentado há longos anos! Ainda existem aqueles que dizem que quem gosta de passado é museu. Mas o Lions vem tentando se engajar na importante questão há muito tempo. Um exemplo: durante a 41.ª Convenção de Lions Clubes, realizada em Fortaleza, no mês de maio de 1995, foi apreciada pela comissão técnica competente uma moção que sugeria dos órgãos de controle brasileiros “o cumprimento da lei sobre regras de rádio e televisão”. O parecer da comissão que apreciou a matéria propôs que o então CNG-Conselho Nacional de Governadores, que à época organizava e comandava o leonísmo brasileiro, enviasse correspondência sobre o assunto para todas as autoridades competentes, e concitando os Lions Clubes sobre a conscientização em que deveriam se envolver com o problema. Referido parecer foi aprovado pela plenária daquele Colegiado em 27 de maio, por unanimidade, que recomendou ao CNG, também, providências junto aos poderes constituídos e aos então Distritos do Múltiplo L (eram 27), no sentido de incentivá-los para tomada de posição em suas comunidades e, particularmente, nos estabelecimentos de ensino. Foi feita alguma coisa? Que os saudosistas remanescentes daquele ano nos informem!
O assunto sempre nos preocupou, e muito! Tanto é que, no ano leonístico 1997/1998, quando muito nos honrou ocupar o cargo de Governador do então Distrito L-17, através de moção de nossa autoria aprovada pelos delegados credenciados em nossa XXX Convenção Distrital, realizada na cidade de Jales, nos dias 25 e 26 de abril (e que teve como Orador Oficial o saudoso IPI Augustin Soliva), pleiteamos junto ao CNG a realização de uma ampla campanha, a nível nacional, contra a licenciosidade que naquela época já grassava na televisão brasileira. Nossa proposição foi encaminhada para aprovação da 44.ª Convenção Nacional, realizada em Belo Horizonte. Enfatizamos, no documento, que defendíamos o conceito de liberdade de expressão e que não desejávamos, jamais, a volta da censura estética, literária, político-ideológico ou moral, mas que, em contrapartida, tínhamos o dever de destacar a enorme responsabilidade que cabia às emissoras de televisão.
Ainda hoje consideramos injustificável e intolerável a prática da licenciosidade em novelas, entrevistas ou programas de gosto duvidoso. A vigilância dos pais e educadores é praticamente impossível pela própria falta de alternativa, principalmente face à evolução da tecnologia atual
Os mais “abertos” poderão dizer que assiste televisão quem quer, ou que deixe os aparelhos desligados durante determinados programas. Mas, em nossa modesta opinião, o caminho não é esse! Se houver uma grita geral (e aqui o Lions está incluído), o resultado poderá ser bem diferente. Quem sabe até, se, diante de protestos generalizados, alguns patrocinadores não retirariam seu apoio ou exigissem mudanças em programas televisivos que deseduquem, deformem o espírito e inoculem vulgaridade.
O mal, em nosso país, é que determinadas decisões não são colocadas em prática e não saem do papel. Outro exemplo (desculpem-nos voltar ao passado, mas é que os registros não deixam de existir): no início de 1992, no Ministério da Justiça de época, diversas entidades, coordenadas pela própria Abert-Associação Brasileira de Rádio e Televisão, decidiram que a emissora que exibisse um filme considerado excessivamente violento e em horário impróprio, seria obrigada e veicular, pelo menos durante uma semana, comerciais institucionais contra a violência. Ainda segundo o que se noticiou na ocasião, os abusos nos programas de televisão seriam punidos de acordo com o código de ética da referida entidade, que ganharia um novo capítulo específico sobre o assunto. Parecia que começava a surgir uma luz de esperança para aqueles que lutavam contra a licenciosidade que tomava conta da televisão brasileira. Alguma coisa foi feita? Alguém cobrou alguma coisa de alguém?
A moção aprovada pelos dirigentes leonísticos na 41.ª Convenção Nacional de Fortaleza, além daquela que apresentamos na 44.ª de Belo Horizonte, estavam em consonância com o desejo da maioria, mas, também, não deveriam ficar apenas no registro e esquecidas nos anais daqueles conclaves.
Sugerimos, assim, que os atuais Presidentes dos quatro Distritos Múltiplos do Brasil (LA, LB. LC e LD), que foram criados após a extinção do saudoso DML, adotem o assunto e assumam as rédeas da importante questão social, orientando seus Governadores de Distrito e Clubes para que retomem o combate ao alto grau de licenciosidade que ainda toma conta dos nossos meios de comunicação, especialmente a televisão.
Precisamos estar vigilantes! Acreditamos que o assunto, pela sua relevância, deve merecer a atenção de todos e não pode ficar na prateleira do esquecimento!
Este, colocado à apreciação dos ilustres e destacados dirigentes leonísticos, é o nosso modestíssimo ponto de vista!
PDG MJF ANTONIO DOMINGOS ANDRIANI